"Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." (II Cor. 5:17)
"Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." (João 3:3)
O Novo Testamento estabelece a experiência do novo nascimento como o início da vida cristã. Não há substituto (João 3:3). Não é uma experiência gradativa, e sim algo que acontece em um único momento, que muda os rumos da vida de quem o experimentou. Não é resultado do ensino e sim da ação inconfundível do Espírito Santo. Quem não o experimentou, pode ser polido por alguns ensinos, mas a velha natureza continuará tão firme quanto antes, continuará morto, mesmo que com alguns hábitos dos vivos. Quem o experimentou, terá sede de aprender e, principalmente, obedecer a todas as coisas que o Senhor ensinou, crescendo rumo à maturidade. Sua natureza será quebrantada e pronta para se alinhar com a mente de Cristo (João 15).
O cristianismo foi diluindo esta experiência ao longo dos anos. Desde que Constantino transformou o cristianismo em religião oficial do Império Romano, uma verdadeira desgraça aconteceu. As pessoas passaram a serem "cristãs" por adesão e não pelo novo nascimento. Ser cristão, antes uma vergonha, passou a ser a moda da época. Todos queriam estar alinhados com o imperador. Nasce um cristianismo divorciado de Cristo, fundamentado nas idéias políticas dos homens. Por mais distante que possa ser este fato histórico, suas conseqüências e desdobramentos estão tão vivos como nunca. A mensagem da cruz nunca foi tão rejeitada como nos dias atuais.
O evangelho da prosperidade engana suas vítimas com uma mensagem inimiga de Cristo. Diz ao homem o que ele pode ganhar, enquanto a mensagem da cruz pergunta se o homem está disposto a perder tudo (Lucas 14: 25-35). O evangelho do "aceite Jesus como seu Salvador" é outro engano fatal. Uma mensagem que não existe na Bíblia, mas que ganhou forte adesão entre os cristãos. Não duvido que o criador dela tenha se munido das melhores intenções, mas o erro cresceu e se transformou num engano terrível. A Bíblia ensina o contrário, que nós é que devemos ser aceitos por Jesus, mediante uma experiência profunda de novo nascimento, de arrependimento, de conversão, de morte do velho homem e de libertação do pecado (Atos 3:19 ; II Cor. 7:10). Jesus só pode salvar a quem Ele governa, a quem Ele é o Senhor (Mat. 7:21 ; João 14:21).
Outra variante disto tudo é quando os homens querem fazer do ensino um substituto do novo nascimento. A Bíblia ensina a instruir os que se convertem a Cristo, mas, muitos estão ensinando a não convertidos para que estes mudem aos poucos e se pareçam cristãos. Experiências frágeis e duvidosas são usadas para que a igreja seja inchada com gente sem nenhum compromisso com Cristo, e que ficam "aprendendo sempre mas sem nunca chegar ao conhecimento da verdade" (II Tim. 3:7). Tenta-se mudar a natureza do homem com ensino, uma triste tentativa de substituir o Espírito Santo. Existe uma nítida procura por quantidade em boa parte dos ministérios, resta saber para quem se deseja a glória de multidões? Como disse Watchman Nee: "Se verificarmos nossa experiência, veremos que jamais alguma verdade nos libertou. Podemos ter falado de doutrinas anos a fio, e, ainda assim não enxergarmos nada. Se nossas palavras se resumem a mera doutrina, estamos manuseando algo morto, tendo como resultado algo artificial, sem vida. A verdade não se refere a palavras a respeito de Cristo; Ele próprio é que é a Verdade. Freqüentemente, os cristãos consideram o ensino como verdades, embora a Verdade seja uma pessoa e não algo mais." Com isto podemos compreender claramente a palavra de Jesus: "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (Jo 8:32).
Naturalmente, o homem nasce e depois morre. Seus dias são contados cronologicamente. Mas do ponto de vista espiritual, o homem precisa morrer para ressuscitar com Cristo em novidade de vida. Deus não conta o tempo que passamos fora de sua vontade. Se alguém não nasceu de novo, sua morte aconteceu no mesmo dia que nasceu. Por que? Quando nascemos, herdamos a rebeldia do pecado (Rom. 5:12) e ficamos na condição de mortos espiritualmente (Ef. 2:1). Precisamos tratar isto através da cruz (Rom. 6: 4-9). É lá que vamos crucificar o velho homem para que sejamos participantes da ressurreição de Cristo. Sem ressurreição não há vida. Sem morte não há ressurreição. A morte implica separação e despojo de tudo. O que um morto pode continuar levando? Nada. Assim é que o homem que morreu com Cristo está morto para o pecado, para a carne e para o mundo. Se passou pela porta estreita e anda no caminho apertado descrito no sermão do monte, está claro que a bagagem que transportava no mundo teve que ser abandonada na cruz.
Observou A W Tozer: "O cristianismo sem poder faz no homem diversas mudanças superficiais, porém, deixando-o exatamente igual ao que era antes. É justamente aí que está a armadilha. As mudanças são apenas de forma, não de natureza. Por trás do homem não religioso e do homem que recebeu o evangelho sem poder estão os mesmos motivos; Um ego não abençoado jaz no fundo de ambas as vidas, com a diferença que o ultimo aprendeu a disfarçar melhor o defeito. Os seus pecados são mais refinados e menos ofensivos do que antes, mas não é melhor aos Olhos de Deus. Na verdade pode ser pior, pois Deus abomina o artificialismo e o fingimento. Ele se torna vítima de um cristianismo sem poder. O homem que recebeu a Palavra sem poder apurou a sua sebe, mas esta continua sendo uma sebe de espinhos e jamais poderá produzir os frutos da nova vida".
O novo nascimento insere no homem os valores do Reino de Deus. A nova natureza do homem rejeita os valores do mundo (Gal. 6:14 ; I João 2: 15-17), tem nojo do pecado (Rom 6:21-22), é dotado da capacidade de amar incondicionalmente (Mat. 5:44-48) e tem sua fé e esperança solidificada na rocha que é Cristo (Col. 2: 6-7). O novo nascimento não faz uma reforma no homem. Liquida-o e o faz ressuscitar juntamente com Cristo. O faz assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus (Ef. 2: 5-6) e o faz desejar as coisas do alto e não as coisas da terra (Col. 3:1). Morre o homem inclinado ao pecado e renasce outro homem inclinado para Deus (Rom 8: 1-8). Da vida antiga nada serve para Deus, pois tudo estava contaminado pelo pecado (Is. 64:6). Da árvore do conhecimento do bem e do mal nada serve para Deus. Em Cristo, Deus estava dizendo ao homem que ele estava morto e rejeitado, mas que uma esperança foi dada: a nova vida em Cristo.
A obra de Cristo não tem como objetivo reformar a velha vida, mas crucificá-la. Cristo veio destruir a nossa vida na cruz e dar-nos outra vida na ressurreição. Deus não aproveita nada da nossa antiga vida egoísta e contaminada pelo pecado. Ele a crucifica e a substitui pela nova vida em Cristo. A vida que salva o pecador é a vida ressuscitada. Não há salvação sem ressurreição e não há ressurreição sem morte. Deus não recebe nada que o homem faz por suas próprias forças. Por mais disfarçado que seja aos olhos naturais, o egocentrismo do homem só é vencido na cruz, sem isto ele continuará sendo a regra da vida, por mais refinado que seja. Deus não divide sua glória com aquilo que ofende sua santidade.
Destacamos alguns pontos do livro mencionado acima:
- 1. "Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram" (Rom. 5:12). Somos a linhagem da morte. Nossa história aponta para um funeral. Cada instante da vida é um passo para a morte. Nascer é começar a morrer. O mundo é um grande hospital e cada pessoa é um paciente desenganado.
- 2. "Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece" (Tiago 4:12). Somos uma raça sentenciada e nosso fim foi decretado no dia que nascemos: "a alma que pecar, essa morrerá" (Ezeq. 18:20). Isto foi uma escolha do homem.
- 3. "Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens" (I Cor. 15:19). Esta vida está destituída de qualquer valor. A morte é o fim da existência.
- 4. "E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão" (Heb. 2: 14-15). A obra de Cristo é perfeita, antes de regenerar o corpo ela regenera o espírito. O regenerado pela vida de Cristo pode viver aqui na terra em profunda santidade, ainda que o corpo esta sujeito a morte e ao pecado.
- 5. "Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição" (Rom. 6:5). A morte de Jesus na cruz também deve ser a nossa morte. Assim como sua ressurreição é a nossa também... em novidade de vida (II Cor. 5:17).
- 6. "Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?" (João 11: 25-26). Se a morte é o fim da vida, Jesus é princípio de uma nova vida. É a único caminho para vencermos o fato cruel da morte.
- 7. "O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância." (João 10:10). A proclamação do novo testamento é um Cristo que esteve morto, mas está vivo e não um Cristo que esteve vivo, e está morto. Que isto quer dizer para sua vida?!
- 8. "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim" (Gal. 5:20). O cristão não vive pelos seus sentimentos, vive pela Palavra de Deus.
- 9. "Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor" (Rom. 6:11). A santidade é o hábito de andar com comum acordo com Deus. A vida santa é a vida de Deus, e sem esta vida, é impossível comunhão com ele. Se esta não é sua experiência, você é um cadáver espiritual, pois não há vida de Cristo em seu interior. Sua conduta é uma mortalha e seus mestres são apenas coveiros. Se nascermos de Deus, teremos apetite interior pela santidade de Deus.
- 10. "Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele que está morto está justificado do pecado" (Rom. 6: 6-7). Ninguém pode contra a verdade de Deus e gozar paz e alegria em sua vida. A grande necessidade que temos é descansar na suficiência da palavra de Deus, crendo conforme a revelação do Espírito Santo em nossos corações.
Tudo se fez novo as coisas velhas ficaram prá traz
Hoje estou em Cristo fui regenerado
Foi na cruz que Cristo me atraiu prá morrer
E livre enfim estar e livre sim estar prá Deus engrandecer
Este é o motivo do meu viver
Tudo se fez novo as coisas velhas ficaram prá traz
Cristo é minha vida livrou-me do pecado
Tudo se fez novo as coisas velhas ficaram prá traz
Cristo é o meu tudo de mim não há mais nada
“Amados e queridos irmãos e amigos.
Minha vida mudou completamente. No dia 05 de outubro de 2008 um mistério espiritual ocorreu em mim, e fez-me ressurgir no dia seguinte uma nova criatura, aquele homem velho desconhecedor da verdade que vivia em função da concupiscência da carne foi sepultado. Hoje busco viver em harmonia com Deus e vigilante para não vacilar. “Em breve relatarei aqui todo o meu testemunho.”
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