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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

5 de setembro é o Dia Nacional da Farmácia

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Não há quem nunca tenha entrado em uma. A Farmácia inicialmente é uma ciência. Mas também se tornou um tipo de estabelecimento comercial local de trabalho dos chamados farmacêuticos , comércio muito difundido pelo nosso país. Estima-se que no Brasil existam mais de 50.000 farmácias, e o país encontra-se entre os 5 maiores consumidores de medicamentos no mundo.
No Brasil, existe uma diferença entre dois tipos de estabelecimento: a farmácia e a drogaria. A Farmácia comercializa tanto medicamentos magistrais (manipulados) quanto os industrializados. Já a Drogaria só pode comercializar medicamentos industrializados.

História
A busca pela cura das doenças tem sido uma das maiores preocupações do homem desde os primórdios da humanidade. Para alguns pesquisadores, a descoberta do fogo e a utilização de recursos naturais para aliviar dores humanas ocupam espaço semelhante na linha do tempo. Por isso, a Farmácia é considerada uma das profissões mais antigas da Humanidade. A palavra tem origem do grego, pharmakeía ou phármakon, que significa medicamento ou a arte de preparar medicamentos.
A Farmácia é a ciência praticada por profissionais formados em uma faculdade de farmácia (farmacêuticos). Tem como objeto o fármaco e seus usuários, e como objetivo a pesquisa, desenvolvimento e produção de novas drogas, utilizando-se como fonte plantas, animais e minerais, estudo da manipulação de fármacos, criação e aplicação de métodos de controle de qualidade, estudo de formas de aplicação de orientação ao usuário quanto ao uso racional do medicamento, criação e aplicação de métodos de identificação e dosagem de tóxicos.
Conforme o ramo de atuação, a farmácia se alia a outras ciências para o desenvolvimento de métodos de identificação e quantificação de indicadores biológicos de patologias humanas e animais, desenvolvimento e aplicação de métodos de diagnósticos genéticos, microbiológicos e parasitários. Ainda se aliando a outras ciências, estuda os alimentos e desenvolve e aplica métodos de manipulação e controle de qualidade dos mesmos.

Brasil
Os primeiros povoadores, náufragos, degredados, aventureiros e colonos aqui deixados por Martim Afonso, tiveram de valer-se de recursos da natureza para combater as doenças, curar ferimentos e neutralizar picadas de insetos. Para combater a agressividade do ambiente, e a hostilidade de algumas tribos indígenas os primeiros europeus tiveram de contornar a adversidade com amabilidade, e com isso foram aprendendo com os pajés a preparar os remédios da terra para tratar seus próprios males.
Remédios da “civilização” só apareciam quando expedições portuguesas, francesas ou espanholas chegavam com suas esquadras, onde sempre havia um cirurgião barbeiro ou algum tripulante com uma botica portátil cheia de drogas e medicamentos.
Logo após, vieram os jesuítas que trataram de instituir enfermarias e boticas em seus colégios, colocando um irmão para cuidar dos doentes e outro para preparar remédios, onde o povo encontrava drogas e medicamentos vindos da metrópole bem como remédios preparados com plantas medicinais nativas através da terapêutica dos pajés.
Importantes boticas sob a direção dos jesuítas tiveram a Bahia, Olinda, Recife, Maranhão, Rio de Janeiro e São Paulo. Em São Paulo quem preparava os remédios era José de Anchieta, considerado o primeiro boticário de Piratininga. O padre relata em suas cartas: “Em nós outros tem médicos, boticários ou enfermeiros... Nossa casa é botica de todos; poucos momentos está quieta a campainha da portaria... todavia fiz-lhe eu os remédios que pude...”.
As boticas só foram autorizadas como comércio no Brasil em 1640. A partir deste ano elas se multiplicaram, de norte a sul, dirigidas por boticários aprovados em Coimbra, Portugal. Em completo atraso e carência de preparo, esses apenas foram ter como guia um livro que datava de 1716, de Joan Vigier, chamado Farmacopéia Ulissiponense Galênica e Química.
Na cidade de São Paulo em 1765, existiam 3 boticários: Francisco Coelho Aires, estabelecido e com moradia na rua Direita, Sebastião Teixeira de Miranda, na atual rua Álvares Penteado e José Antônio de Lacerda, na atual Praça da Sé.
O prédio para instalar a primeira farmácia oficial de São Paulo foi construído em 1796, e chamava-se a Real Botica de São Paulo, onde hoje está o Vale do Anhangabaú, mais precisamente, o prédio central desativado dos Correios e Telégrafos.
Em 1808, instituiu-se os estudos médicos no Hospital Militar da Bahia, por sugestão do cirurgião-mor do reino, Dr. José Correia Picanço, futuro Barão de Goiana, com ensino de anatomia e cirurgia. Um ano depois foi instituído o estudo no Rio de Janeiro.
O primeiro curso realmente de Farmácia surgiu em 1832, na Universidade do Brasil (atual UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro). Porém, a profissão só foi regulamentada quase cem anos depois, em 1931.

ProfissãoExistem, atualmente, 211 cursos de Farmácia no Brasil. O total de matrículas anuais é de cerca de 54 mil, contrapondo-se bastante ao número de concluintes, 9 mil. Em média, os cursos têm duração de quatro anos, com carga horária de aproximadamente 4.200 horas, contando as horas de estágio obrigatório. As matérias principais da graduação são: química, bioquímica, fisico-química, biologia, microbiologia e imunologia, parasitologia e anatomia.
A remuneração dos recém-formados, atualmente, é de R$ 1.700, valor determinado pelo CFF (Conselho Federal de Farmácia). Mas, como em todas as áreas, o salário de um Farmacêutico varia de acordo com a área em que atua, com a empresa e com a sua formação.

Símbolo
A cobra enrolada na taça é conhecida como o símbolo da Farmácia, e tem origem na Antigüidade grega. Segundo as literaturas antigas, o símbolo da farmácia ilustra o poder (a cobra) da cura (a taça).
A lenda conta que uma cobra enrolou-se no cajado de Hipócrates, e quando estava preste a picá-lo, ele olhou para a serpente e disse: “se queres me fazer mal, de nada adiantará que me firas, pois tenho no corpo o antídoto contra tua peçonha. Se estás com fome, te alimentarei”.
Então ele pegou a taça onde fazia misturas de ervas medicinais, colocou leite e ofereceu à serpente. Esta desceu do cajado, enrolou-se na taça e bebeu o leite. Desta forma criou-se o símbolo da medicina (a cobra envolvendo o cajado) e o símbolo da farmácia (a cobra envolvendo a taça). Os formandos em farmácia podem ter um anel com uma pedra de Topázio Amarelo.

Farmácia PopularNo Brasil foi criada também a Farmácia Popular, programa do Governo Federal para ampliar o acesso da população aos medicamentos considerados essenciais. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), órgão do Ministério da Saúde e executora do programa adquire os medicamentos de laboratórios farmacêuticos públicos ou do setor privado, e disponibiliza nas Farmácias Populares a baixo custo. Um dos objetivos do programa é beneficiar principalmente as pessoas que têm dificuldade para realizar o tratamento por causa do custo dos medicamentos.

CuryAqui em São Pedro, um dois mais antigos farmacêuticos da cidade, possui sua farmácia no mesmo local há 45 anos. Seu Cury, como é conhecido, nasceu em Torrinha (SP), e quando sentiu que a cidade não tinha muito mais o que oferecer, ele veio com sua família, esposa e 5 filhos para São Pedro.
Chegou à cidade em 1962, e se estabeleceu na Rua Veríssimo Prado, no número 330 onde se encontra até hoje. “Na verdade, daquele tempo pra cá São Pedro não mudou muito. Quando abri a farmácia, a rua já era asfaltada. A diferença é que ela acabava na Estrada dos Boiadeiros, como era chamada”, conta Cury.
“Não havia casas com mais de um andar com existe hoje aqui na frente. Tinha um posto de gasolina e uma oficina mecânica que não existem mais”, relembra ele olhando pela porta da loja.
“Na época em que abri a minha farmácia, só havia a minha e a do Antonelli, que ficava mais pra cima. Depois veio o Fahrat e abriu uma dele. Mas era só. Hoje, São Pedro possui mais de 14 farmácias”, conta Cury.
Ele fez um curso de Oficial de Farmácia, como era obrigatório na época, em São Paulo, e abriu um estabelecimento no Patrimônio, antes de se estabelecer em São Pedro. “Gosto muito daqui, e quando vi que as outras cidades não tinham muito mais ao que me oferecer, mudei-me pra cá. E aqui estou até hoje”, revelou.
Seu Cury é daqueles farmacêuticos das antigas. Possui uma caixinha com cartões de papel onde vai anotando a conta dos clientes. Mede pressão, e tem uma balança Filizola que ele afirma ser mais velha que ele: “Comprei do antigo dono da farmácia, e ela deve ter mais de 73 anos”, conta. “E está funcionando perfeitamente até hoje”.
Seu Cury tem tanta experiência e é tão conhecido, que todos vão até a “farmácia do Cury”, pedir de tudo, inclusive aconselhamentos. Tem gente que alfere pressão, toma injeção, tira dúvidas, e resolve pequenos problemas que seu Cury tem prática em atender. Antigamente, o farmacêutico fazia às vezes do médico da família, o médico popular.
Na parede da farmácia, Cury tem uma ilustração que ele chama de “Cristo Farmacêutico”, que mostra uma imagem estilizada de Cristo segurando uma balança de precisão, com um armário de remédios ao fundo, e rodeado de símbolos relacionados a farmácia: outra balança, o símbolo da taça com a cobra, cumbucas com socadores para fazer remédios com plantas medicinais, entre outros símbolos relacionados à cura.
O farmacêutico Cury mostra a ilustração com orgulho, que é datada da mesma época em que veio para a cidade. “Ele fica na parede protegendo a mim e ao estabelecimento”, afirma. E os clientes não param de chegar e sair. O tempo em que conversávamos com o Cury, mais de 10 passaram pelo seu balcão. Parabéns Sr. Cury, por sua dedicação, e pelo seu dia. São Pedro agradece.

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