Hoje é “dia do barbeiro” – uma profissão em extinção
Hoje é “dia do barbeiro” – uma profissão em extinção
O barbeiro, um dos mais antigos profissionais do mundo, vem perdendo aos poucos seu espaço para os modernos salões de beleza. Mesmo assim, ainda é possível encontrar alguns destes especialistas no corte e feitura dos cabelos e barbas dos homens, que resistem teimosamente aos novos costumes que os tempos atuais vêm implantando.
O uso de barbear e cortar o cabelo tornou-se habitualmente entre os homens desde a mais remota antiguidade. Os relatos a este respeito dão conta de que os nobres e guerreiros de então usavam cabelos compridos, sustentados por faixas, correntes ou condecorações; os jovens, por sua vez, copiavam os penteados de Apolo e Arquimedes; os velhos e filósofos deixavam crescer a barba e os cabelos, como símbolo de sabedoria, enquanto os escravos apresentavam seus cabelos curtos e lisos, não lhes sendo permitido o uso de barba nem bigodes.
Além dessa atividade que exerciam, e que lhes dava o nome, os antigos barbeiros também pratiavam pequenas cirurgias, podendo sangrar e extrair dentes. Mas o tempo foi passando, os costumes se adaptando aos modismos de cada época, e assim, aos poucos, surgiu a figura do cabeleireiro, palavra que designa originalmente o cortador de cabelos masculinos, ou seja, o próprio barbeiro, mas que por razões ainda não explicadas satisfatoriamente, passou a indicar os profissionais trabalhando em salões destinados ao público feminino. Muitos, por sua vez, certamente pretendendo valorizar ainda mais a sua arte de arrumação capilar, adotaram a expressão francesa “coiffeur” pra se autointitularem. E a moda pegou de tal forma que é cada vez maior o número de cidadãos e cidadãs nos estabelecimentos dedicados a essa atividade embelezadora.
CONTINUA…
Atualmente, os antigos barbeiros têm sentido o declínio em sua clientela. Em João Alfredo, ao que parece, os barbeiros também estão em fase de extinção. Em algumas ruas da cidade ou localidade rural, dá para encontrar as poucas barbearias que insistem em funcionar. Na feira-livre, realizada às segundas-feiras, existem poucos profissionais que consevam este ofício, em suas modestas barracas,ituadas ao lado do prédio da Secretaria Municipal de Educação, na Rua Herculano Soares.
“Essa profissão está se acabando porque antigamente existiam trabalhadores sérios que aprendiam esta arte com seus pais, mas hoje em dia poucas pessoas fazem a barba no salão.” Reclama João Firmino, de 62 anos. Para ele, que aprendeu com o pai, está faltando interesse na nova geração. “Hoje em dia, com três ou quatro dias de curso, um rapaz ou uma moça já abre o seu salão e se torna cabeleireiro sem qualificação.” Completou.
Já Manoel Caetano, de 65 anos, que divide uma barraca com João Firmino, demonstra a mesma desilusão, quando sustenta que “atualmente a gente tá só sobrevivendo… a profissão de barbeiro está se acabando, porque os clientes jovens preferem os cabeleireiros com aqueles cortes extravagantes e quase todo mundo prefere fazer a barba em casa mesmo.” Segundo Caetano, os filhos não mais se interessam pelo ofício, em face dos poucos lucros futuros que o mesmo pode oferecer. “De modo que vão morrendo os clientes mais velhos e a freguesia vai diminuindo. ” Lamentou.
A tecnologia e a modernização dos aparelhos de barbear também contribuiram para afastar os homens das barbearias, já que muitos se barbeiam em suas casas. Agora os novos salões adoratam técnicas e tendências que passaram a atrair muita gente, tornando ultrapassadas as antigas barbearias.
De qualquer forma, o dia 06 de setembro é dedicado ao BARBEIRO, profissional digno, sério e que com sua competência vem cuidando da aparência dos homens.
DIMAS SANTOS
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